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Já pensaste no sucessor do C ou do Java?

Uma vez programador, programador para sempre? Os gurus do COBOL que se tenham ficado por essa linguagem discordam decerto da afirmação. As linguagens evoluem e os programadores têm de as acompanhar. Ser multilingue também é uma vantagem no mundo digital.

Quem sabia COBOL na segunda metade do século passado podia trabalhar nas maiores e mais modernas organizações do mundo. Hoje, a linguagem do mainframe é tão relevante quanto o latim. Meia dúzia de especialistas em COBOL fazem a manutenção dos sistemas críticos, mas tal como o mainframe em si, a linguagem está condenada.

Se és fluente em Java, Python ou C hoje em dia, podes não ter grandes preocupações. E com razão: não há falta de vagas e a maioria das posições são claramente mais entusiasmantes do que manter um mainframe demente na cave de um banco. Mas será que vai ser sempre assim? Serão as tuas competências em C# tão relevantes daqui a 30 anos como são hoje?

1. A mudança pode ser rápida

O índice TIOBE (que tem por base a frequências das pesquisas relacionadas com linguagens de programação) sugere duas coisas: quem tiver experiência numa linguagem popular pode estar relativamente confiante e as novas linguagens podem rapidamente ascender ao topo.

Por exemplo, desde o início do índice em 2001, o primeiro e o segundo lugar eram ocupados, respetivamente, por Java e C. O Python sobreviveu como linguagem marginal e não conseguiu deixar realmente a sua marca até ao final de 2017. Impulsionada parcialmente pela ascensão da análise de dados e do machine learning, a cobra iniciou rapidamente a sua rápida ascensão. Cerca de quatro anos mais tarde, o índice mostra que o Python é a linguagem mais relevante do momento, seguida pelos destronados C e Java.

Estes dois últimos continuam bastante populares, mas perderam grande parte da sua ubiquidade em apenas duas décadas. Ao contrário do COBOL, ambas continuam a ser relevantes na atualidade, e isso não irá mudar do dia para a noite. No entanto, a evolução demonstra que é boa ideia os programadores andarem de olho nas tendências. O especialista em Java que tenha refrescado os conhecimentos de Python em 2018 teria um conjunto de competências bastante cobiçado.

2. Arrisca, mas nunca percas

É muito difícil prever que linguagens serão relevantes e quais irão desaparecer nos próximos dez anos. Mas é possível avançar com palpites. O Rust, por exemplo, ainda não possui um desempenho de topo, mas possui caraterísticas únicas: ele permite que os programadores protejam as aplicações de fugas de memória com maior eficácia do que as alternativas C ou C++. Por esse motivo, a Google decidiu abraçar o Rust como novo código de baixo nível no Android, em abril de 2021. Estás a pensar fazer um workshop de Rust? Nós achamos que é boa ideia ouvires aquilo que esta linguagem pode fazer por ti.

Podes ter a certeza de uma coisa: o conhecimento de linguagens é sempre útil. Regressemos ao nosso especialista em COBOL. A linguagem pode não oferecer as perspetivas de carreira mais entusiasmantes, mas os programadores de COBOL são uma espécie em vias de extinção. Podes ter a certeza de que haverá um administrador de TI algures, em stress, à procura de alguém que mantenha as aplicações críticas para o negócio no mainframe online até os membros do conselho de administração, cada um deles inapto em informática, finalmente aprovar o dispendioso, mas necessário, plano de migração para a cloud em cinco anos. Ainda assim, é preciso admitir: ser um dos primeiros especialistas numa nova linguagem que está a aumentar a sua popularidade é muito mais apelativo.

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